2015/01/19

Trívia - O que você não precisa, mas é interessante saber sobre o cenário #02: O Povo e a Sociedade de Ferelden

Nessa série de postagens, você encontra informações básicas sobre o background do mundo de DA para auxiliar nas aventuras por esse universo dark fantasy.

Dessa vez o foco são as três principais raças de Dragon Age, e vamos passar bem por cima de suas estruturas para que possa haver alguma compreensão de quem elas são e como funciona a sociedade nas terras de Ferelden na Dragon Age.
Como na excursão anterior, são resumos dos resumos, apenas com alguns detalhes importantes. Tem muito mais de onde isso veio, com uma infinidade de informações sobre o mais simples tópico aqui apresentado, mas pra começar, isso aqui já tá bom demais, então vamos lá. 


Fereldens: Os Descendentes das Tribos Alamarri


Todos pertencem a uma classe social, e cada classe tem seus próprios direitos e responsabilidades. Contudo, em Ferelden, diferente dos outros países em Thedas, os membros da nobreza não são considerados intrinsecamente superiores e nem recebem mais direitos do que qualquer outra classe, apenas tem direitos diferentes. É verdade que os nobres costumam ser tratados com respeito, mas isso muitas vezes se deve à percepção (Correta) de sua habilidade marcial, não ao seu status.

A Nobreza
O principal propósito da nobreza de Ferelden é lutar por seu povo contra todas as ameaças. Embora quase todos os fereldens tenham algum nível de habilidade marcial, espera-se que os nobres se destaquem na arte da guerra: esse é literalmente seu "trabalho".
Os nobres de Ferelden não são donos da terra. Em geral, possuem algumas pequenas propriedades, com senhores mais poderosos controlando fortalezas progressivamente maiores; são os proprietários livres que realmente possuem fazendas, as safras que elas produzem e os lucros de sua venda. Isso é de suma importância, pois os plebeus na verdade são os patronos da nobreza. Cada proprietário livre escolhe a qual bann ou arl jurar aliança, e a decisão é renovada de ano em ano. Um grupo de proprietários livres insatisfeito com a proteção de seu bann pode retirar seu apóio e concedê-lo a outro.

  • No topo da estrutura da nobreza está o Rei de Ferelden, cuja corte é a capital, Denerim. O rei tem o dever de proteger os interesses de todas as pessoas de Ferelden, na guerra e no comércio. Embora o rei possa sugerir novas leis, a "Lei Real" é, na verdade, ditada por precedentes, e votada pela Assembleia das Terras, um corpo legislativo composto por todos os nobres de Ferelden, que se reúne uma vez por estação em Denerim, para deliberar sobre assuntos correntes e levar queixas ao rei.
  • Diretamente abaixo do rei estão os teyrn, senhores da guerra com tanto poder e influência que possuem juramentos de lealdade de vários banns. Atualmente há dois teyrn em Frelden: O Teyrn Brice Cousland de Highever e o Teyrn Loghain Mac Tir de Gwaren, herói da batalha do rio Dane, visto como prova de que qualquer um pode ascender em Ferelden.
  • Abaixo dos teyrn estão os arls, poderosos banns que controlam fortificações ou regiões críticas ao longo das fronteiras.
  • Os banns compõe a maior parte da nobreza. Existem muitos e muitos banns, com níveis radicalmente diferentes de poder no reino. Quando os banns falam com uma só voz, são o maior poder em ferelden, mas isso é raro, pois são dados a discórdia e atritos. Rixas triviais, que ocasionalmente resultam em pequenas guerras, definitivamente não são desconhecidas entre os eles.
  • O menor nível da nobreza é o cavaleiro ferelden, um soldado de infantaria que jurou servir a um nobre maior. O prestígio de um determinado cavaleiro depende muito do senhor a quem ele serve.

Os Plebeus
Não há escravos (Oficialmente) em Ferelden, todos são pagos em dinheiro ou trocam os produtos de seu trabalho. Os valores bárbaros dos alamarri foram conservados no âmago do sistema social que se desenvolveu em Ferelden. Um caçador é certamente um membro valioso de sua tribo, mas existem muitos outros caçadores. Um homem  capaz de fabricar aço de boa qualidade, por outro lado, possui um conhecimento raro, e é mais respeitado.

  • Os artesãos das tribos alamarri - carpinteiros, ferreiros, construtores, e etc - organizaram-se ao longo dos anos em grupos semiformais conhecidos como "casas", que compartilhavam conhecimento e segredos de ofício umas com as outras. Contudo, tornaram-se um poder verdadeiro por si só quando fizeram que seus membros jurassem fidelidade à casa de ofício acima da tribo. Apesar das casas não terem poder formal, apenas um tolo as ignora, já que, em Ferelden, elas tem controle total sobre o ofício que representam.
  • Abaixo dos artesãos estão os homens livres, que compõe a maior parte das classes plebeias. Estudiosos dividem os homens livres em "Altos Homens Livres" - Proprietários de terras, soldados, estalajadeiros e outras pessoas que trabalham - e "Baixos Homens Livres" - Criminosos, prostitutas, elfos, entre outros de baixa estirpe. Em Ferelden, homens livres são exatamente isso: Livres para ir aonde querem, viver onde escolhem e ganhar a vida como desejam.


Elfos 

Os elfos são um povo gracioso e de belas feições. Em geral, são servos ou trabalhadores em Ferelden, são pagos por seus serviços e tem direitos - o que raramente ocorre em outros lugares -, quando não, são conhecidos como "Dalish", um povo ainda apegado aos velhos costumes élficos de Dale - o antigo país élfico destruído por Orlais, cujo qual havia sido oferecido aos elfos para se refugiarem após a expansão do Imperium Tevinter. Os Dalish são um povo isolacionista que viaja pelos ermos em vagões puxados por imensos cervos brancos, mantendo o mínimo de contato possível com outros povos. O restante dos elfos vive em comunidades com os humanos, mas separados, em áreas designadas para seu uso chamadas de "favelas". Algumas favelas são muradas, mas isso é tanto para a segurança das famílias élficas, quanto para a proteger os humanos dos ladrões "orelhas de faca".


   
    

Anões


Em épocas ancestrais, os anões governavam um imenso império subterrâneo. Tinham muitas cidades e povoados, todos conectados pelas "Deep Roads", que estendiam-se muito abaixo da superfície, mas as terras anãs foram conquistadas pelos darkspawns, que travam uma guerra infinita contra as fileiras de Orzammar, a única cidade do povo anão remanescente além da distante Kal Sharok. Embora essas cidades-fortaleza permaneçam firmes, as fileiras anãs vem lentamente diminuindo ao longo dos últimos mil anos.
Em geral, Orzammar e Kal Sharok dedicam sua atenção a si mesmas. A sociedade anã é rígida e baseada em castas, com uma política notavelmente cruel e cheia de problemas. Os anões da superfície são uma casta separada das demais, estando abaixo de todos os outros anões, com excessão dos sem-casta e dos criminosos. Anões da superfície são, em grande parte, mercadores comercializando produtos e matérias primas com outros povos, fornecendo minério, gemas, aço de ótima qualidade, itens de manufatura refinada e o precioso mineral Lyrium. Aventureiros e viajantes anões também pertencem a Casta da Superfície, seja por nascerem na superfície, ou por serem exilados. É irônico que os mais famosos aventureiros anões nas terras dos humanos não tenham prestígio em sua terra natal.


Material Extra: Lyrium

Uma valiosa, mas perigosa forma de vida mineral. O contato físico com o minério de Lyrium bruto causa sérios ferimentos e danos psicológicos em humanos e elfos, além de totalmente desruir magos. Os anões da Casta de Mineradores são abeis em encontrar veios de Lyrium, afirmando ouvirem o canto da pedra, então processando o  mineral em uma forma menos perigosa e mais útil.
Gerações de proximidade aos veios de minério de Lyrium fizeram com que os anões se tornassem naturalmente resistentes, no entanto, não completamente imunes aos seus efeitos. Mesmo suas resistências são apenas superficiais, já que cortes e a exposição direta aos olhos deixa-os vulneráveis. Anões da superfície perdem essa resistência com o tempo.





Notas:
Optei por manter alguns termos do original em inglês que haviam sido traduzidos. A exemplo, temos a nacionalidade do povo de Ferelden, que  virou "fereldeniano"... Sinceramente não vejo mal em chamá-los de fereldens, ou dizer que "o guerreiro é um ferelden". Pra não haver confusão, é só atentar para o contoxto em que a palavra se emprega, além do fato de que "Ferelden" (País) sempre vai aparecer iniciado em letra maiúscula por ser nome próprio, enquanto que "ferelden" (O povo), é substantivo derivado, portanto, letra minúscula, além de poder ser usado no plural, "fereldens",
O termo "favela" é uma adaptação minha, no original, o bairro em que vivem os elfos é chamado "alienage", algo como "lugar onde se aliena", que foi traduzido como "alienário" nos livros de RPG. Já vi também lugares em que se usou "elfearía", porém, "favelas" fazem mais sentido com o contexto dos locais.


Textos e imagens retirados de "Dragon Age RPG", publicado pela Green Ronin, traduzido para o português pela Jambô
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